terça-feira, 1 de novembro de 2011

O cafezinho no serviço público

Dois leões fugiram do Jardim Zoológico. 
Na fuga, cada um tomou um rumo diferente. 
Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade. 
Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou. 
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. 
Estava magro, faminto, alquebrado, e foi facilmente reconduzido à sua jaula 
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do outro leão, que fugiu para o centro da cidade.
Um dia, entretanto, o bicho foi recapturado e voltou ao Jardim Zoológico: estava gordo, sadio, vendendo saúde. 
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao amigo: 
- Como é que você ficou na cidade esse tempo todo e ainda voltou com saúde? Eu, que fugi para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer... 
O outro leão explicou:
- Enchi-me de coragem e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele. 
- E por que diabo você voltou? Acabaram os funcionários? 
- Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Já tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de seção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles! Mas... no dia em que comí o desgraçado que servia o cafezinho, aí estraguei tudo!

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