terça-feira, 4 de setembro de 2012

[De olho no mundo]...



4 de setembro de 2012

cardápio da imprensa
Setembro anuncia mais confusão para a administração federal, com a possibilidade de paralisação de petroleiros, bancários e funcionários dos Correios. Por ora, acordamos do sonho de uma noite de verão e o Brasil voltou a ser a sétima economia do mundo. Devolveu o sexto lugar para a Inglaterra, antiga titular do posto.

Em Pernambuco, o caldeirão eleitoral está em alta fervura. Em rota de subida desde que o governador Eduardo Campos entrou firme na campanha, o candidato do PSB Geraldo Júlio já tem os mesmos 29% das intenções de votos do petista Humberto Costa – tradicionalmente ruim de urna, está em queda livre nas intenções de votos. Ao mesmo tempo, Campos tem tirado o sono do PT pois embrenhou-se em diversas cidades do interior paulista e em Cuiabá, para participar de comícios, carreatas e contatos políticos. Além disso, é a estrela da campanha de cem candidatos do seu partido nas cinco regiões do país, colocando em campo seu abre-alas para tornar-se um nome nacional. Ele tem dito a amigos que é “muito improvável” não disputar a Presidência da República em 2014. Ao mesmo tempo, tem mantido diálogo constante com o tucano Aécio Neves.
Em São Paulo, José Serra ameaça protagonizar um dos maiores vexames da sua carreira política. Poderá nem chegar ao segundo turno, empurrado pelos alarmantes 43% de rejeição que está enfrentando e por repetir os velhos erros das campanhas anteriores – não divide o comando com ninguém e se vale de um marketing ultrapassado. Enquanto o paulistano dá sinais de que cansou de Serra, o PSDB vive clima de barata-voa porque essa derrocada poderá ferir de morte qualquer pretensão presidencial do partido em 2014.
Do seu turno, os operadores da campanha do petista Fernando Haddad, que sonhavam disputar o segundo turno contra o tucano, ainda não sabem direito o que fazer para enfrentar a estranha resistência de Celso Russomano na liderança. A lógica é simples: com Serra fora da disputa, muitos dos seus votos vão migrar para Russomano, que já conta desde o início da disputa com os votos de petistas insatisfeitos, o que significa limite de crescimento para Haddad.
Depois de ser chutada e desmoralizada por Lula da Silva, Marta Suplicy virou uma espécie de bala de prata que o petismo espera usar para salvar a campanha de Fernando Haddad. O ex-presidente foi obrigado a, rabo entre as pernas, procurar a sexóloga e pedir o velho e bom penico. E ainda precisou da ajuda de Dilma Rousseff para convencer a quatrocentona a apoiar o poste que ele inventou para enfiar no passeio público dos paulistanos.
Mal se refez da humilhação pública de ter de procurar Marta Suplicy, o ex-presidente já anda anunciando a amigos que Patrus Ananias é jogo perdido na disputa em Belo Horizonte. E que a ideia de lançar o atual (e encrencado) ministro consultor Fernando Pimentel ao governo do estado em 2014 é outro erro monumental. Agora, incluiu o enterro político de João Paulo Cunha na lista de horrores que andam lhe tirando o sono.
Tem causado estranheza nos bastidores do Supremo a proximidade de um certo senhor Manoel Carlos com os advogados de defesa. Vem a ser o chefe do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski.
Depois dos movimentos ocorridos até aqui no julgamento do mensalão petista, Marcos Valério foi encaminhado para o território das almas penadas que dificilmente terão salvação. Assim que ele passou no arco desse purgatório habilitou a senha para que o pânico se instalasse na patota de réus, aqueles que um dia acreditaram na previsão de “vosso” Delúbio Soares, de que tudo se transformaria em “piada de salão”. Em estado de pavor, os mensaleiros temem que Valério, por razões mais do que naturais, agora finalmente abra a bocarra e termine de despejar a imundície que conhece tão bem. Afinal, também é muito delicada a situação de quem se transforma em arquivo de alto risco.
Logo que teve início o julgamento do mensalão petista, Lula da Silva foi perguntado se estava acompanhando os trabalhos do Supremo. “Tenho mais o que fazer” foi a resposta curta e grossa. Agora, sabe-se pela imprensa, o ex-presidente vive pedindo explicações técnicas ao advogado Márcio Thomaz Bastos depois de cada sessão do tribunal, bem como mantém reuniões semanais com o estrategista trapalhão Zé Dirceu. Pelo visto, está tomando aulas particulares para compreender melhor que aquilo que tratou como “lenda” começa a se transformar numa amarga realidade.
“O mensalão nunca existiu”, vociferou o Guru de Alambique desde o final do mandato. Essa tese torta virou frangalhos depois da primeira fase de julgamento no Supremo, que desnudou o falso monopólio da ética que o PT tentou construir para si desde sua fundação, tornou manco o discurso surrado da cumpanherada.
Condenado por goleada de 9x2, João Paulo Cunha passa a não mais merecer eufemismos da imprensa. Deve ser chamado apenas de corrupto mesmo. Defenestrado pelo PT da disputa eleitoral em Osasco, ele pode estar apenas iniciando a fila da desgraça, como revela o alto grau de preocupação já registrado na cúpula petista e também no coração do governo. A lógica é uma só: a derrota da tese de caixa 2 poderá levar à condenação de Zé Dirceu, Zé Genoino e “vosso” Delúbio Soares. O antes arrogante Dirceu tem chorado em reuniões íntimas e adotado o apoio irrestrito do medicamento Rivotril.
Os Pilas-Perfeitos idiotas latino-americanos e petralhas em geral estão inconsoláveis, pois sabem que a condenação iminente dessa cambada significará também a condenação moral do (des)governo de Lula da Silva – algo que se mostrará extremamente saudável para a cidadania brasileira em geral.
Por via das dúvidas e já acusando o golpe fatal que o julgamento do Supremo começou a transferir à imagem do partido, por ora a campanha de Fernando Haddad não utiliza a sigla PT em nenhum lugar. Limita-se àquela velha e cada vez mais opaca estrela vermelha com o número 13 dentro dela.
Talvez cansado de nada fazer, o vice-presidente Michel Temer vai cometer um livro de poesia denominado Anônima intimidade. Recolhe poetagens riscadas em guardanapos de papel nos voos entre São Paulo e Brasília, tendo a mulher Marcela como grande fonte de inspiração. Dá para imaginar o que vem por aí, uma peça para torturar a literatura.
Ainda estamos a uma boa distância da Copa 2014, mas a Coca-Cola já começa a enfrentar problemas para hospedar seus convidados VIPs em Belo Horizonte, uma das cidades-sede. Aliás, é impressionante o problema (antigo) de hospedagem na capital mineira, repleta de hotéis de baixíssimo nível e preços nem tanto.
Desconfiando de que tudo de mais é veneno, uma agência de publicidade realizou pesquisa cuja conclusão foi óbvia: personalidades que se expõem em excesso na mídia confundem o consumidor, que passa a ter dificuldade de associar a imagem do famoso de ocasião aos produtos anunciados. Os atuais campeões da superexposição são a modelo Gisele Bündchen, o jogador Neymar e a cantora Ivete Sangalo. Uma gente que passa a não valer mais o alto investimento do anunciante.
Não bastasse a já tradicional árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, o shopping Downtown instalará na Barra da Tijuca outra árvore gigante para virar um novo point nas festas natalinas dos cariocas.

O Supremo fez barba, cabelo e bigode. Imagine se o mensalão tivesse acontecido, Lula estaria imberbe!.

Zé Prativaiimpressionado com a goleada que o Supremo aplicou nos mensaleiros petistas já na primeira rodada.

alarido
Qualquer um se convence de que uma deslavada mentira é uma verdade absoluta depois de ouvi-la várias vezes contada por si mesmo.”
(Millôr Fernandes, gênio da raça)

“Nunca antes na história desse país tanta gente desperdiçou tanto tempo com o desfecho de uma ‘lenda’.”
(Josias de Souza, jornalista, fazendo chacota da deslavada mentira de Lula da Silva não ter qualquer interesse em acompanhar o julgamento do mensalão petista)

“A ‘farsa do mensalão’ de Lula vira realidade dura para o PT: João Paulo Cunha, ex-garoto de ouro do partido, deve ir para a cadeia. Luz no fim do túnel que leva ao final da impunidade.”
(Ricardo Setti, jornalista)

“Com que cara João Paulo Cunha continuará a frequentar a Câmara depois de ter sido condenado por corrupção? Com que cara ele conseguirá participar das reuniões da Comissão de Constituição e Justiça depois de tudo isso? Pede para sair, João Paulo.”
(Lauro Jardim, jornalista)

“A atitude de tolerância zero que a maioria dos ministros do STF está tomando com o caixa 2 vai melhorar muito o comportamento dos políticos, não por ética ou espírito público, mas por medo da Justiça e da cadeia.”
(Nelson Motta, articulista e agitador cultural)

“A metade de meus homens de governo não é capaz de nada e a outra metade é capaz de tudo.”
(Getúlio Vargas, ex-ditador)

“Como diria o nosso saudoso Zózimo, e o ministro Dias Toffoli, hein?! Este fez valer aquela velha máxima do Barão de Itararé: de onde menos se espera, dali mesmo... é que não sai nada.”
(Ancelmo Gois, jornalista)

“Lewando... para onde?”
(Paulo Guedes, jornalista)

“Lewandowski? Quem é?”
(Eros Grau, ex-ministro do Supremo, respondendo a repórter no Recife com uma pergunta incômoda e fulminante)

“Não importa o destino dado ao dinheiro, se foi gasto em despesas pessoais ou dívidas de campanha. Em qualquer hipótese, a vantagem não deixa de ser indevida.”
(Rosa Weber, ministra do Supremo, em seu voto inaugural no julgamento do mensalão, desmontando as mentiras apresentas como defesa pelo ainda deputado petista João Paulo Cunha, condenado por corrupção)

“A cada desvio do dinheiro público, mais uma criança passa fome, mais uma localidade fica sem saneamento, mais um hospital fica sem leito.”
(Luiz Fux, ministro do Supremo, em trecho do seu primeiro voto no julgamento do mensalão petista, reconhecendo que o esquema de corrupção petista desviou dinheiro público para irrigar as arcas do mensalão)

“Vivemos num país onde, quando existem sinais de mutreta, é quase certo que mutreta houve.”
(Luiz Garcia, jornalista)

“Estou disponível para tudo.”
(Marta Suplicy, depois de botar Lula da Silva de joelhos, prometendo apoio a Fernando Haddad)

“Acreditei que não estava cometendo nenhuma ilegalidade.”
(Luiz Pagot, ex-diretor do DNIT, admitindo, na CPI do Cachoeira, que pediu doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff enquanto ocupava cargo no governo)

“Tudo que se mexe pode ser driblado”.
(Trecho do texto do belo filme da Coca-Cola, que tem o futebol moleque do brasileiro como tema)
moleskine
Blue Moon é o nome daquele fenômeno natural repleto de lendas, poesias, canções e romantismo, em que a lua cheia aparece duas vezes num mesmo mês. Para comprovar seu amor, em agosto a lua apareceu em segundo plenilúnio exatamente no dia do sepultamento do seu eterno namorado, o astronauta Neil Armstrong.

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